(Adriana)
Colocar aquela chave no buraco da fechadura foi um momento emocionante, estava a centímetros de conhecer a casa aonde iria passar os próximos três meses de férias. Assim que a porta se abriu fiquei completamente maravilhada com a casa, tinha uma decoração muito boa e excelente luminosidade. O hall de entrada era enorme e dava acesso directo às restantes divisões da casa. Havia dois quartos enormes, uma sala igualmente grande, uma cozinha agradável e a casa de banho bastante boa. A sala e um dos quartos tinham acesso a uma varanda com vista para a praia.
Adriana – Amores, eu fico com o quarto com vista para a praia ouviram? – ao mesmo tempo que me sentava na beira da cama do quarto que pretendia bastante convicta
David – Isso querias tu, minha menina! Não és tu que andas sempre a dizer que as mulheres deviam ter os mesmos direitos que os homens? Por isso, Dri, vamos decidir à sorte! – o facto do meu grupo inquebrável de amigos serem três rapazes andava sempre a tentar ter os mesmos direitos que eles. E pelos vistos, agora o feitiço estava a ser lançado contra mim
Rafael – Tens toda a razão David! – como sempre o Rafael gostava muito de se pôr contra mim! - E se nós quisermos este quarto menina Dri? Nós temos os mesmos direitos que tu!
Dri – Vá lá…por favor! Vocês sabem que vos adoro não sabem? – fiz uma espécie de beicinho para os tentar dissuadir daquela ideia absurda de me expulsarem daquele quarto
Miguel – Pronto! O quarto fica para ti… - quando ouvi aquilo um sorriso de todo o tamanho formou-se nos meus lábios e saltei para cima do Miguel e dei-lhe muitos beijinhos na face esquerda dele – Ficas-nos a dever uma, Dri!
Dri – Tudo o que vocês quiserem meus amores! – dei um beijinho aos restantes para eles não ficarem com ciúmes – Vamos dar um mergulho à praia?
Rafa – Isso ainda se pergunta! Vamo-nos vestir e logo partimos, finalmente, para o primeiro mergulho das férias! – disse super animado.
Eles rapidamente saíram do meu novo quarto e comecei a preparar-me para ir para a praia. Coloquei a minha mala gigante em cima da mala e tirei o meu necesseire para buscar o desmaquilhante. O quarto tinha um bom espelho por isso foi bastante rápido tirar, depois de fazer esta pequena tarefa indispensável já tinha os rapazes á minha espera.
Miguel – Dri, ainda falta muito? – perguntou depois de bater á porta, pergunta a qual respondi prontamente
Dri – Estou mesmo quase pronta! – menti, peguei no saco aonde tinha os biquínis e tirei o primeiro que me apareceu e peguei nuns calções e num top. Vesti-me em contra relógio e saí do quarto com a escova na mão, em direcção à casa de banho – Vou-me só pentear! – avisei-os antes de começarem a reclamar
David – Dri, nós vamos à praia e não para uma festa XPTO! Não precisas de ir uma brasa! – olhei para ele e pisquei-lhe o olho – A sério, estás linda e perfeita, por isso despacha-te com isso! Quando fores para a água já ficas com o cabelo todo desalinhado!
Miguel – Até parece que não a conheces! Ela até se penteia para ir dormir…como é que não se há-de pentear antes de ir para a praia!
Dri – Estou a ouvir meninos! – finalmente tinha feito um rabo de cavalo bem jeitoso, saí da casa de banho e peguei na minha mala e dirigi-me para a saída – Já podemos ir!
Rafa – Aleluia! - peguei nas chaves de casa e saímos. Depois de fechar a porta à chave eles ficaram especados a olhar para mim
Dri – O que é vocês querem? – eles estavam com aquela cara que fazem sempre quando querem-me pedir alguma coisa
David – Podes guardar as nossas coisas na tua mala linda que nós oferecemos!
Dri – Claro! Tenho opção? Ponham lá as vossas coisas na mala do povo! – eles puseram os telemóveis e as carteiras dentro da minha mala e finalmente saímos do prédio. Passamos pela avenida principal e ao nosso lado passou um grupo de rapazes bem giros!
Miguel – Ou muito me engano ou não devíamos ter deixado a Dri sair de casa vestida assim…eu não me responsabilizo se partir a cara a algum gajo que decida passar mais do que cinco segundos a olhar para o corpo dela! – eles eram super protectores comigo, afinal de contas, era a menina do grupo e sempre me protegeram. Aliás na escola nenhum rapaz se podia aproximar de mim porque senão havia chatices com os rapazes! Pus-me entre o Miguel e o David e agarrei-me ao primeiro
Dri – Assim está melhor? – o Miguel colocou o braço direito dele em redor da minha cintura – Pode ser que agora pensem que somos namorados e que não tenha de vos tirar de alguma luta tola!
David – Não é nada disso! Apenas queremos-te proteger destes abutres que basta verem um rabo de saias ficam logo de olhos em bico! Tu mereces algo muito melhor…
Dri – Diz antes perfeito! Para vocês só acima disso! – entramos dentro da praia e procurámos um local ideal para colocar as nossas toalhas, assim que o fizemos fomos logo direitinhos para a água que nos chamava.
(…)
Saí da água e fiquei a observar os rapazes que se estavam a divertir a jogar á bola dentro de água. Já há um bom tempo que não os via assim tão entusiasmados, estavam mesmo a precisar de umas boas férias para desanuviar. Como eles nunca mais saiam da água fui para a toalha para me secar, antes de chegar às toalhas reparei num grupo de três rapazes que estavam a apanhar sol. Um deles estava sentado em cima da toalha com uma bola de futebol deixando-a fugir na minha direcção. Peguei nela e devolvi-a
Rapaz – Obrigada! – apenas sorri, ele era bem giro, tinha uma cor morena e cabelo castanho. Algo em mim ficou diferente, mas continuei até me deitar na minha toalha. Procurei na minha mala o meu IPod e comecei a ouvir música enquanto estorricava ao sol. Pouco tempo senti água gelada a cair em cima do meu corpo, assustei-me e ao abrir os olhos estava o Miguel a rir-se.
Dri – Miguel, pára com isso! – respondi zangada
Rafa – Puto, não faças isso. Olha que ficamos sem jantar…
Dri – É só com isso que estás preocupado, é meu menino? – ele apenas fez um sorriso maroto como faz quase sempre. Sem dar por isso já tinha o Miguel com os joelhos dele entre as minhas pernas e caiu sobre mim com o corpo dele molhado. – Miguel! – ele olhava sorridente para mim e gotas de água caiam sobre o meu rosto. Ele deu-me um beijo na testa e saiu de cima de mim e pôs-se ao meu lado, forçando-me a chegar para junto do fim da toalha. – Hoje estás muito querido!
Miguel – Tenho que pôr os rapazes desta zona em sentido ou pensas o quê? Que vou deixa-los andarem a babar-se para cima de ti? Nem pensar!
Dri - Estou a ver que sim! – levantei-me e vesti a t-shirt do Miguel
Miguel – Aonde vais?
Dri – Vou ali á pastelaria comprar qualquer coisita para comer…Querem alguma coisa? – perguntei-lhes
David – Eu cá quero uma bola de Berlim cheia de creme! Quer dizer, duas…uma não me satisfaz!
Rafael – Também quero duas bolas de Berlim!
Dri – Ok, quatro bolas de Berlim e para ti Miguel?
Miguel – Pode ser o mesmo!
Dri – Ok. Até Já!
Fui até á pastelaria mais próxima e já na entrada podia-se sentir o cheiro dos bolos acabadinhos de sair do forno. A fila estava enorme por isso ainda tive de esperar um bom par de minutos até chegar á minha vez. Quando fui atendida pedi sete bolas de Berlim e uma tarte, a empregada fez uma cara estranha mas rapidamente procedeu ao meu pedido. Saí da pastelaria com os bolos dentro de um saco mas a pedirem para serem comidos! Assim que cheguei á praia não havia sinais deles, não estavam nas toalhas. O som de uma bola de futebol despertou-me o olhar e foi aí que os encontrei, estavam a jogar à bola com o grupo dos outros três rapazes. Cheguei-me para junto do campo improvisado para eles me verem, e rapidamente deram pela minha presença. Não foram precisos muitos segundos para ver um golo do Miguel que correu para mim entusiasmado. Pegou em mim e ergueu-me do chão uns centímetros.
Miguel – Este golo foi inteiramente para ti!
Dri – Obrigada! – Ele voltou a pôr-me no chão – Já tenho as bolas de Berlim, ainda falta muito tempo para acabar o jogo?
Miguel – Não sei bem, acabamos de começar praticamente agora. Nós comemos depois, desde que não os comas!
Dri – Não sei não, tenho que pensar!
Miguel – Se quiseres, vais buscar a tua toalha e sentas-te aqui a ver-nos assim ficamos em vantagem, temos uma claque só nossa!
Dri – O que tu queres sei eu, mas vou sentar aqui para vos ver!
Fui buscar a minha toalha e observei o jogo, melhor, acho que não consegui tirar os meus olhos do rapaz que à poucas horas atrás tinha devolvido a bola. Apenas consegui descobrir o nome dele quando marcou golo ao David, chama-se André. Depois de algum tempo a jogarem à bola um dos outros rapazes que se lesiona. Levantei-me de imediato para perceber qual a gravidade da situação. Quando cheguei ao pé do moço ele estava a queixar-se com algumas dores.
Dri – Posso ver? – ele acenou que sim, por isso sentei-me na areia e tentei perceber qual a gravidade da entorse – Não me parece que seja muito grave, basta só por um bocado de gelo durante uns dez minutos e depois uma ligadura. Rapazes?
Todos – Sim… - disseram em uníssono
Dri – Preciso que um de vocês vá buscar gelo e outro que me vá buscar as ligaduras que tenho na minha mala pode ser? – eles disseram imediatamente que sim ficando comigo o David – Já agora como é que te chamas?
Rapaz – Eu chamo-me Gonçalo, este atrás de mim é o André e o outro é o Tiago. E, já agora, obrigada…
Dri – Por amor de Deus! Não precisas de agradecer…além disso foi um dos meus amigos que te magoou!
(…)
Depois de ligar o pé do Gonçalo, enquanto o Rafa, o David e o Miguel comiam, decidimos conhecermo-nos melhor.
Gonçalo – Não há muito para saber sobre nós, viemos de férias para Quarteira para sair de Lisboa, melhor, de Campo Grande. Temos todos dezoito anos e queremos aproveitar estas últimas férias antes da faculdade.
Dri – Nós também somos de Lisboa, somos de Benfica. Também temos dezoito anos, e estamos aqui pelas mesmas razões que vocês!
Gonçalo – Então acho que nos vamos dar todos muito bem. Aonde é que estão instalados?
Miguel – Numa casa na avenida principal… - entretanto apetecia-me imenso ir á água, por isso levantei-me e disse-lhes que ia à água, e para meu espanto e alegria, o André quis fazer-me companhia.
